Psicoterapia – eu preciso?

PSICOTERAPIA – o que é e quando buscar As pessoas normalmente buscam um psiquiatra e/ou um psicólogo quando sentem a necessidade de tratar um sintoma, isto é, quando se sentem incomodados por uma taquicardia, uma tristeza profunda, uma dificuldade de concentração, um medo exagerado de sair de casa, entre outros. A diferença entre o tratamento psiquiátrico e o psicológico é que o psiquiatra faz uso de recursos externos (medicamentos) para ajudar o organismo voltar ao equilíbrio, isto é reequilibrar o funcionamento químico do cérebro, enquanto o psicólogo usa os recursos internos do cliente. Algumas vezes, quando o desequilíbrio químico está muito acentuado, é necessária uma intervenção externa medicamentosa e o psicólogo deve estar atento para perceber esta necessidade e encaminhar o cliente para um psiquiatra, quando for o caso. A psicoterapia, no entanto, não deve ser vista somente como um método para tratar sintomas. É um método de autoconhecimento e autodesenvolvimento. A psicoterapia amplia a visão de mundo do indivíduo, a visão que ele tem de si mesmo e de sua relação com o outro e com o mundo. A partir dessa conscientização de quem é, como se vê e como é sua relação com o mundo, pode fazer escolhas mais saudáveis para cuidar de si e de suas relações. Portanto, a psicoterapia não deve ser buscada apenas por aqueles que se sentem “doentes”, ansiosos ou deprimidos, mas por todos aqueles que querem ampliar sua consciência de quem é, do que gosta e como quer viver, aqueles que querem melhorar a qualidade de suas relações e aumentar a espontaneidade e a expressividade em suas ações no mundo. Psicoterapia Breve A Psicoterapia Breve ou de Curta Duração, como também é denominada, tem como o próprio nome diz uma limitação do tempo de duração do processo psicoterápico, dada pelo cliente, que deve ser considerado desde o início da terapia. O tempo é trazido pelo cliente como parte de sua realidade existencial. Neste tipo de psicoterapia a diferença é que temos um trabalho focalizado. O foco do trabalho é delimitado pelo terapeuta juntamente com o cliente a partir das entrevistas iniciais. É claro que o discurso do cliente não vai ser circunscrito ao foco e é responsabilidade do terapeuta manter o foco no processo e cuidar para não abrir vários campos, que não poderão ser trabalhados dada a limitação do tempo. Apesar do tempo ser uma limitação trazida pelo cliente neste tipo de psicoterapia, é difícil para o terapeuta delimitar o tempo exato de duração do processo porque ele não sabe o tempo que o cliente leva para entrar em terapia e desenvolva suporte interno para trabalhar suas questões. A Psicoterapia Breve é, normalmente buscada para trabalhar situações de crise e seu objetivo é chegar à gênese da queixa do cliente, isto é, aquilo que gerou o sintoma, para assim erradica-lo e restaurar o equilíbrio que cliente apresentava anteriormente à situação de crise. Psicoterapia Individual A Psicoterapia Individual é a modalidade mais comum de psicoterapia e é caracterizada pelo atendimento do indivíduo sozinho com o terapeuta numa sessão terapêutica. Para o terapeuta gestáltico a sessão se caracteriza pelo Encontro entre Terapeuta e Cliente, numa relação EU-TU, que é uma relação dialógica e horizontal. Embora normalmente seja buscada com a finalidade de superar dificuldades emocionais, comportamentais ou cognitivas, como por exemplo, crise no casamento, dificuldades em tomar decisões, traumas emocionais, dificuldades em lidar com pessoas, medo de falar em público, explosões de raiva, timidez, fobias, compulsão por comida, bebida ou drogas, pensamentos depressivos ou de morte, ansiedade, etc., a psicoterapia pode ser um espaço de cuidado e autoconhecimento e é indicada para todas as pessoas que desejam trabalhar questões subjetivas internalizadas objetivando uma ampliação do autoconhecimento e do repertório de ações. Psicoterapia de Casal A Terapia de Casal é indicada para trabalhar a relação do casal e é normalmente buscada quando o casal que se encontra num impasse em determinadas questões, como por exemplo a revelação de um segredo, traição, doença de um dos dois, discordância nas finanças, nascimento de um filho, discordância na criação dos filhos, etc. O casamento, visto como qualquer relação que se proponha ser estável, é uma vida à dois e não um sonho, um conto de fadas. Em terapia, se faz um trabalho de luto do que o casamento não é. Quando um dos membros do casal não aceita a realidade, começam a surgir as repetições e situações inacabadas, que devem ser revistas e trabalhadas em prol da saúde do casal. No casamento cada um traz a sua história, com seus medos, desejos, necessidades e sonhos; e juntos formam uma outra história, que se transforma com o tempo. A história de cada um contribui e interfere na história do casal. Muitas vezes existe uma carga muito grande em termos de crenças e costumes incompatíveis, que geram dificuldades para o casal e devem ser trazidas à consciência e trabalhadas. A Psicoterapia de Casal objetiva auxiliar o casal a encontrar a melhor forma de funcionamento conjugal para eles, através da consciência de suas potencialidades e suas fraquezas e a mudança daquilo que não está funcionando. Ao mesmo tempo que o casal é confirmado em sua forma de ser, ele também se abre para o novo, para a mudança. Psicoterapia Familiar Hoje estamos diante de uma gama de modelos de família, como a homo afetiva, a monoparental, a recasada ou reconstituída, além da família tradicional com um pai, uma mãe e os filhos. A família é muito mais que laços consanguíneos, a família é um grupo que se constituiu história. É importante salientar que questões familiares aparecem em todas os modelos de família, num momento ou outro. A família, hoje, tem maior visibilidade e as pessoas não se submetem mais viver uma série de coisas. Hoje as pessoas têm maior possibilidade de ver outros tipos de relacionamento e isso leva a possibilidade de outras escolhas. A questão é: quando a família deve buscar auxílio externo de uma psicoterapia? Bem, a família vai sentir essa necessidade quando percebem que a comunicação está pobre e deficiente, quando faltam recursos para a família lidar com algumas questões, quando surgem sintomas em um ou mais membro da família, que afeta a todos, entre outros sintomas. Cabe ressaltar que o sintoma foi a melhor forma que a família encontrou para lidar com a questão.  O sintoma não deixa de ser um ajustamento criativo da família, porém esse ajustamento não é saudável, é disfuncional para a família. Na psicoterapia familiar o olhar é para a família como um todo. O terapeuta busca entender qual a forma de comunicação na família, em que aspectos ela funciona bem, onde ela flui e onde o contato é possível. E começa a trabalhar a partir desse ponto, da parte saudável que todas as famílias têm. Psicoterapia Corporal “Nós não temos um corpo, nós somos um corpo”. É comum falarmos do nosso corpo como algo que possuímos. Normalmente dizemos meu corpo da mesma forma que dizemos meu carro. Existe, assim, uma alienação do corpo do si mesmo. Somos seres físico-psico-espirituais-sociais e devemos cuidar da nossa existência e saúde como um todo. O todo é sempre maior que a soma de suas partes e uma pessoa é o funcionamento integrado das várias partes, como corpo, mente, sensação, sentimento, imaginação, sentimento, etc. Nesta perspectiva, tratar um aspecto exclusivo da pessoa ou identificar uma parte como a causa do problema é fragmentar artificialmente o que na realidade é uma unidade em funcionamento. A maioria das psicoterapias priorizam o psicológico, porém considerar o processo corporal, como a postura, as sensações e a experiência corporal que acompanha o trabalho terapêutico com as emoções e sentimentos enriquece muito o processo psicoterápico. Na terapia temos várias formas de incluir o corpo no trabalho terapêutico, mas todos têm o objetivo de alcançar uma ampliação da consciência corporal e, assim, auxiliar o cliente incluir o corpo na sua base identitária. A tarefa do terapeuta é ajudar o cliente a mudar estruturas corporais rígidas ou automáticas em processos organísmicos ativos e facilitar a integração de partes do si mesmo negadas. O terapeuta busca formas que auxiliem o cliente experimente seu corpo de forma mais plena e defina o sentido que essa experiência tem para ele. Consciência corporal é o reconhecimento do corpo e daquilo que nele se passa. O ser humano é um ser unificado organizado em função da totalidade (corpo físico, emoções, dimensão espiritual, cultura, expressão social), com o poder de autorregulação organísmica. Tem a sabedoria de buscar a autorregulação e o equilíbrio, sempre que é perturbado, da melhor forma possível, dada as condições do organismo e do entorno. Porém, muitas vezes, desconectamos dessa sabedoria organísmica e adoecemos física e/ou mentalmente. O trabalho de consciência corporal busca resgatar essa sabedoria através da escuta corporal a partir de exercícios específicos de respiração e movimentos corporais.

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